25 de dez. de 2012

O velho "Belchior"


Belchior, que designa o comerciante ou mercador de objetos velhos e usados, é também um antropônimo, isto é, nome de pessoa. A palavra com o significado de negociante de roupas e objetos usados, surgiu por causa de antigo comerciante que estabeleceu no Rio de Janeiro a primeira casa de compra e venda de roupas e objetos usados. Por metonímia o termo passou a denotar o próprio estabelecimento onde o comércio de usados é praticado. Exemplos da Literatura: de  Joaquim Manoel de Macedo, em “Memórias da Rua do Ouvidor”: “Albino Jordão foi, como livreiro, contemporâneo dos notáveis e célebres livreiros Saturnino, João Pedro da Veiga e Evaristo Ferreira da Veiga, filhos do primeiro; mas em sua loja, que  não podia rivalizar com a daqueles, vendia em geral obras já usadas, livros em segunda mão, e portanto baratíssimos, e se por isso deve ser tido em conta do primeiro alfarrabista da cidade do Rio de Janeiro, foi de tanto proveito para o público, e de tão sã consciência na sua indústria, que nunca lhe caberia o nome feio que os estudantes do Imperial Colégio de Pedro II deram ao vil belchior de livros velhos estabelecido na vizinhança daquele colégio da Rua de S. Joaquim, nome um pouco obsceno que a principio se estendeu a todos os chamados hoje alfarrabistas”; de José de Alencar, em “Sonho d’Ouro”: “O visconde de Aljuba começara a sua vida mercantil na escola, onde exercia o mister de belchior. Livros, lápis, roupa, tudo ele comprava por bagatela aos meninos, em princípio como agente de um negociante de cacaréus da esquina, e depois por conta própria”; Machado de Assis, em “Páginas Recolhidas”: “O mundo, redarguiu o canário com certo ar de professor, o mundo é uma loja de belchior, com uma pequena gaiola de taquara, quadrilonga, pendente de um prego; o canário é senhor da gaiola que habita e da loja que o cerca. Fora daí, tudo é ilusão e mentira.”

---
É isso!

Um comentário: