"O Segredo do Bonzo” é o título de um conhecido conto do nosso Machado de Assis,
o qual, segundo Alfredo Bosi é a apologia da ilusão
como único bem a que aspiram as gentes. O termo é de
origem japonesa, bozu: pessoa religiosa. O bonzo era nome genérico dado pelos
portugueses aos monges budistas do Japão e da China. O termo denota ainda um
indivíduo preguiçoso, uma pessoa medíocre, ignorante, sonso, fingido etc. Exemplos:
de Machado de Assis, em “O Segredo Bonzo”: “Atrás deixei narrado o que se passou nesta cidade Fuchéu, capital do
reino de Bungo, com o Padre-mestre Francisco, e de como el-rei se houve com o
Fucarandono e outros bonzos, que
tiveram por acertado disputar ao padre as primazias da nossa santa religião”; de
Aloísio de Azevedo, em “O Japão”: “os
poetas arribam da pátria com as asas sujas de sangue, e até os sacerdotes, os
meigos bonzos de crânio raspado e
túnica branca, dantes fechados na sua fé sinistra que lhes vedava comer carne,
beber licores e tocar em mulheres, endurecem de alma e fazem-se guerrilheiros”; de
Eça de Queiroz, em “O Mandarim”: “Senti-me
triste; subi à liteira, cerrei as cortinas de seda escarlate todas bordadas a
ouro; e cercado dos cossacos, eis-me entrando a velha Pequim, por essa porta
babélica, na turba tumultuosa, entre carretas, cadeirinhas de charão,
cavaleiros mongólicos armados de flechas, bonzos
de túnica alvejante marchando um a um, e longas filas de lentos dromedários
balançando a sua carga em cadência...”
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É isso!
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