25 de nov. de 2012

O que são os “Campos Elísios?”



O termo elísio vem do grego  elusios, pelo latim elysium, que, para os antigos gregos e romanos, era a morada dos heróis e das pessoas virtuosas após a morte. Na linguagem cristã seria “o céu dos pagãos”. Dizia-se que os deuses habitavam o Olimpo, e as almas boas iam para os Campos Elíseos, local onde, segundo crença antiga, reinava uma primavera eterna, e o qual tinha seu muro de alabastro com rubis, as portas de marfim e de ouro, sendo vigiado à entrada pela Virtude, a Inocência e a Felicidade, virgens formosas, em cujos rostos brilhavam a bondade, a candura e a alegria, que seria o oposto do temível Hades, morada das sombras, das trevas e da tristeza. Platão faz menção desse aprazível lugar em “A República”: “Museu e seu filho, da parte dos deuses, concedem aos justos recompensas ainda maiores. Conduzindo-os aos Campos Elísios, introduzem-nos no banquete dos virtuosos, onde, coroados de flores, os fazem passar o tempo a embriagar-se, como se a mais bela recompensa da virtude fosse uma embriaguez eterna.” Com o tempo os Campos Elísios  passaram a designar o cemitério: a morada eterna dos mortos. Seu uso foi muito comum no Brasil e outras partes do mundo, mais intensamente até o século XIX, como se pode observar nesses exemplos: de Erasmo de Rotterdam, em “Elogio da Loucura”:  “Voltando, pois, à felicidade dos loucos, devo dizer que eles levam uma vida muito divertida e depois, sem temer nem sentir a morte, voam direitinho para os Campos Elísios, onde as suas piedosas e fadigadas almazinhas continuam a divertir-se ainda melhor do que antes”; de Almeida Garret, em “Viagens na Minha Terra”: “Não lhe vejo remédio senão recorrer ao bem parado dos Elísios, da Estige, do Cocito e seu termo: são terrenos neutros em que se pode parlamentar com os mortos sem comprometimento sério e...”; de Eça de Queiroz, em “Prosas Bárbaras”: “A noite descia: caía de cima uma claridade láctea: pesava um austero e lento silêncio: a larga brancura celeste era gloriosa; os pastores desciam com os rebanhos lentos, balando; havia pelo ar uma bondade indefinida, uma virtude fluida: eu lembrava-me dos Elísios olímpicos e mitológicos onde, na claridade, passam as sombras heróicas, serenas, brancas, leves, levadas por um vento divino. Claridades sem sol!

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É isso!

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