25 de nov. de 2012

A singularidade do “Ébano”



A palavra ébano vem do latim ebenus, que é uma madeira bem pesada e maciça. Figurativamente designa algo de cor muito escura: "negro como o ébano". Diz-se, na mitologia grega, que o trono de Hades, o rei dos infernos, era de ébano e de enxofre (o ébano mantém também simbologia com o Inferno e Plutão).  A Bíblia faz menção do ébano como uma mercadoria valiosa de escambo: “os homens de Dedã eram teus mercadores; muitas ilhas eram o mercado da tua mão; tornavam a trazer-te em troca de dentes de marfim e pau de ébano” (Ez. 27:15).  Encontramos na Literatura Portuguesa muitos exemplos do ébano como uma madeira valiosa, sendo igualmente valiosos os objetos que se faziam dela: de Eça de Queiroz, em “A Cidade e as Serras”: “Mas a sua veneranda face já não resplandecia, como em Paris, com um tão sereno e ditoso brilho de ébano”; de Machado de Assis, em “Quincas Borba”: “A secretária captou as admirações gerais; era de ébano, um primor de talha, obra severa e forte”; de Almeida Garret, em “Viagens na Minha Terra”: “Anéis dourados, tranças de ébano, faces de leite e rosas como de querubins, outras pálidas, transparentes, diáfanas como de princesas encantadas, olhos pretos, azuis, verdes...”; de Adolfo Caminha, em “Tentação”: “O leito de Julinha era todo de uma madeira escura e sólida, como ébano-da-índia, e custara um dinheirão ao Furtado”; de Joaquim de Macedo, em “Os Dois Amores”: “A despeito das galas e do luxo de alguns imensos mausoléus, o pó, o nada humano parecia transudar por entre as molduras douradas, e uma caveira se mostrava triunfante de sobre as colunas de ébano.”

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É isso!

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