13 de nov. de 2012

A origem da cor “Púrpura”



Púrpura, do latim  purpura, diz respeito a um corante vermelho-escuro que se extrai da cochinilha (corante obtido de insetos coccídeos, vermelho, que contém ácido carmínico). Quanto à sua descoberta, conta-se que surgiu ao acaso, quando um cão de um pastor quebrou numa praia de mar uma concha; o sangue que saiu dela tingiu-lhe a boca de uma cor, que despertou a admiração de todos os que o viram; e pouco fizeram-se uso da substância em tecidos. Supõem alguns que esta descoberta deu-se durante o reinado de Foenis, segundo rei do Tiro, e irmão de Cadmo, há mais de mil e quinhentos anos antes de Cristo; supõem outros que ela foi feita no tempo em que Minos I reinava em Creta, há mil quatrocentos  trinta anos antes da era cristã; todavia, a maioria atribui a Hércules Tirio a a invenção de tingir de púrpura em tecidos, o qual apresentou sua experiência  ao rei da Fenícia. Diz-se que este príncipe ficou com tanto ciúme teve da beleza desta cor que proibiu os seus vassalos de fazerem uso dela, reservando-a para utilização exclusiva os reis e seus futuros herdeiros. Moisés, grande legislador e profeta hebreu,  fez uso abundante da cor púrpura nos vestuários sacerdotais. Por exemplo: “Então disse o Senhor a Moisés:  Fala aos filhos de Israel que me tragam uma oferta alçada; de todo homem cujo coração se mover voluntariamente, dele tomareis a minha oferta alçada.  E esta é a oferta alçada que tomareis deles: ouro, prata, bronze, estofo azul, púrpura, carmesim, linho fino...” (Êx.: 25:1-4).   Em Roma apenas os grandes conquistadores, e mais tarde os tinham o direito de trazer a púrpura. É daí que se cunhou a  expressão “tomar a púrpura”, que ficou sinônimo de se de fazer proclamar imperador. No seu da igreja, as vestes de cor púrpura  ficou reservado para os seus altos dignitários, de onde surgiu a expressão “púrpura romana” como equivalente da dignidade de cardeal. Exemplos do nosso: Padre Antônio Vieira, do “Sermão dos Bons anos”: “Quando o céu se veste de vermelho, prognostica serenidade. Sempre a serenidade foi título natural das púrpuras. E como aquele Céu animado, como aquele Rei celestial se veste da púrpura de seu sangue, serenidades e felicidades grandes nos prognostica. que nas ações do tempo e nas palavras do Evangelho iremos discorrendo por partes”; do “Sermão de S. Roque”: “Quão grande trabalho é ser sol e ser rei? Entre o Senhor que manda e os súditos que servem há a mesma diferença que entre o coração e os sentidos. Os travesseiros de ouro de Salomão. A púrpura podem-na despir os príncipes quando se deitam, mas os cuidados, que os desvelam, não podem”; do “Sermão da Primeira Sexta-Feira da Quaresma”: “Se se antojava o apetite e vaidade de Salomão já perdido, que houvesse prata e mais prata: columnas argenteas, que houvesse ouro e mais ouro: reclinatorium aureum, que houvesse púrpura e mais púrpura: ascensum purpureum”; em “História do Futuro”: “No mesmo ponto - diz o texto- mandou Baltasar que o vestissem de púrpura e que lhe dessem o anel real, e que fosse reconhecido por Tetrarca de todo o império dos Assírios, que era faze-lo um dos quatro supremos ministros ou governadores da monarquia.”

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É isso!

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Referência Bibliográfica:
Almanach familiar para Portugal e Brazil: 1º anno, publicado por: Gualdino Valladares e Augusto valladares. Tipografia de A.B. da Silva. Braga, 1868.

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