21 de nov. de 2016

A origem do “brasão”

A etimologia da palavra brasão é incerta. Alguns dão-na como de origem latina; outros do inglês; há também os que afirmam derivar de blasen, palavra alemã, que significa tocar trompa. Esta opinião parece mais verossímil, porque antigamente, quando um cavaleiro se apresentava na barreira do torneio, o seu escudeiro tocava a trompa, para anunciar a sua chegada, e os arautos de armas iam reconhecer o campeão, e antes de o introduzir descreviam em altas vozes os seus brasões de armas. Maigne afirmou, ainda, que brasão é um antigo termo francês, sinônimo de escudo ou broquel, o qual é encontrado em poemas da Idade Média, de maneira que talvez por metonímia fosse empregado para designar a arte heráldica, que propriamente falando, é o estudo dos escudos ou broqueis de brasões de armas.

Concernente à história dos brasões, à medida que seu uso se espalhou, nasceu a necessidade de submetê-los a regras claramente determinadas, para impedir abusos, e a esse conjunto de regras deu-se o nome de arte heráldica ou simplesmente brasão. Chama-se pois heráldica a ciência que ensina a conhecer os brasões de armas, nomeá-los e explicar todas as suas partes, segundo seus termos. A ação de os explicar chama-se brasonar.

As armas ou brasões de armas eram emblemas concedidas ou autorizadas pelos poderes soberanos, para servirem de marcas distintivas a pessoas, famílias, cidades, corporações, países etc.    Havia três tipos dos brasões de armas: brasões de armas inteiros, partidos e parlantes. Os que não se enquadravam nas regras do brasão de armas eram considerados falsos ou de inquerito (enquete), que quer dizer — contra as regras.  Os Brasões de armas inteiros eram aqueles que pertenciam ao chefe ou filho primogênito do uma casa nobre. Os partidos pertenciam aos irmãos mais moços o aos ultimogênitos (caçulas), os quais, para assinalar seus graus ajuntavam, suprimiam ou substituíam as cores ou partes do escudo, dando origem assim ao brasão de armas de seus próprios pais, ao que se denominavam de partir, que era a ação de juntar uma cotica ao escudo. As armas parlantes são as que exprimiam todo ou em parte o nome da casa que as usava, e geralmente eram consideradas de mal gosto.

Os brasões de armas dividiam-se em sete classes, distintas e particulares. A primeira compreendia as armas de cada família nobre; a segunda, às que pertenciam às dignidades e funções eclesiásticas ou militares; a terceira eram às de “concessões”, pertencentes aos soberanos, as quais podiam ser intercaladas nas de uma família; a quarta, as de “padroados”, que eram próprias de um soberano,  estado ou de uma cidade livre; a quinta de feudos ou domínios, isto é, a de diversos estados ou terras que eram posses do soberano; a sexta (de “pretensão”) eram de origem doméstica; e, por último, a sétima eram aquelas pertencentes às comunidades, cidades, academias, corporações etc. Alguns dos antigos estudiosos do assunto acrescentaram às essas mais outras quatro, a saber: as de “aliança”, contendo costados ou divisões de escudo provenientes dos avós maternos; as de “sucessão”, das quais se serviam na falta de herdeiro de sangue; as de “substituição”, que eram aquelas de uma família  extinta, da qual se tomavam o nome e as armas; e as de “assunção”, as quais eram juntadas às divisões do escudo, em comemoração de um grande feito.


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É isso! 

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