O termo anfiteatro vem do grego amphithéatron, e significa: teatro
dos dois lados. Segundo definição do nosso Aurélio: é um “antigo edifício
oval ou circular, com arquibancadas e, no centro, uma arena, para espetáculos
públicos, combates de feras ou de gladiadores, jogos e representações”. Caio Scribônio Curio foi o primeiro que mandou
construir, em Roma, um amphitheatru, especialmente para os espetáculos que realizou por ocasião das exéquias
de seu pai. Mandou construir dois teatros de madeira, encostados um ao outro,
os quais depois da representação, podiam mover-se com todos os espectadores, de
modo que tirando o cenário, os dois teatros formavam um anfiteatro onde se realizavam
os jogos. O primeiro teatro permanente e de
pedra foi mandado edificar por Pompeu (antes dele estas espécies de edifícios
eram construídos para um tempo muito limitado). O maior anfiteatro de Roma e do
mundo foi o Coliseu, idealizado por Augusto e iniciado por Vespasiano, e cujas ruínas, ainda hoje excitam a admiração. Cento e nove
mil espectadores podiam assistir ali, à vontade, os combates da arena. O padre
Antônio Vieira faz menção dele, no seu “Sermão de Todos os Santos”, realçando
os mártires cristãos que ali eram lançados aos leões: “E
que direi eu de vós, ó fortíssimo e luzidíssimo exército dos mártires, tão
infinito no número como nos esquisitos gêneros de martírios? Se entro no anfiteatro de Roma, vejo-vos lançados
às feras, ou lançados aos Neros, aos Décios, aos Dioclecianos, aos Trajanos,
mais feros que as mesmas feras. A muitos de vós reverenciaram os leões, os
ursos, os tigres, mas a nenhum perdoou a vida a impiedade mais que brutal dos
tiranos, sempre mais obstinados e furiosos”. Sobre o mesmo assunto escreve no seu outro
“Sermão da Primeira Dominga do Advento”: “Saía toda Roma ao anfiteatro, a quê? a ver e festejar como se matavam
homens a homens; saíam uns, e sobrevinham outros, e outros, sem estar o posto
vago um só momento, aclamando a cabeça do mundo, com aplausos mais carniceiros
que cruéis, assim no dar, como no receber das feridas, tanto a intrepideza dos
mortos, como a fúria dos matadores.”
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É isso!
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