19 de nov. de 2012

O que significa “Quaresma”


A palavra quaresma vem do latim quadragesima: Quadraginta dierum jejunium, referente às seis semanas que precedem à festa da Páscoa, quando a igreja ordena aos fiéis a prática do jejum e a abstinência à refeição com carne. Dizia que a Quaresma era baixa quando começava em fevereiro, e alta quando iniciada em março. Exemplo: do Antônio Vieira, no “Sermão do Dia de Ramos”: “Na entrada da Septuagésima se começaram a enlutar os altares, e cessaram no canto eclesiástico as aleluias, sendo esta cerimônia exterior o primeiro prelúdio ou reclamo da penitência, para que não dissolutos, mas compungidos, entrássemos no tempo santo da Quaresma. Começou a Quaresma com a memória da cinza e do pó que somos, e com o jejum universal”; de Joaquim de Macedo, em “As Mulheres de Mantilha”: “O vigésimo dia da quaresma é em todo o mundo católico de suspensão de penitência, e como de férias dadas pela Igreja aos jejuns e aos austeros preceitos de religião santa e única verdadeira, impostos aos fiéis nesse período anual que recorda os quarenta dias de jejum e da suprema meditação de Jesus Cristo antes da sua sagrada paixão e morte, que deixou no sangue do Deus mártir o Jordão que lava todas as culpas, e na cruz santíssima a árvore da liberdade que regenerou e nobilitou, que regenera e nobilita, que há de regenerar e nobilitar para todo sempre a humanidade”; de Bernardo Guimarães, em “O Garimpeiro”: “Corria então a quaresma, e como nesse tempo são proibidas as bênçãos matrimoniais, forçoso foi adiar para mais tarde o casamento, que pelo voto de Leonel e do Major teria tido lugar imediatamente”; José de Alencar, em “Ao Correr da Pena”: “Além de ser tempo de quaresma, tempo de provações, de jejum, de expiação de pecados, ainda em cima aí vêm todos os dias uma chuvinha miúda, umas nuvens cinzentas e carregadas tirar-nos o belo azul do céu, os raios do sol, e as lindas noites de luar que a folhinha nos tinha prometido”; de Raul Pompéia, em “O Ateneu”: “E quando ele se punha a contar histórias de castidade, sem atenção à parvidade da matéria do preceito teológico, mulher do próximo, Conceição da Virgem, terceiro-luxúria, brados ao céu pela sensualidade contra a natureza, vantagens morais do matrimônio, e porque a carne, a inocente carne, que eu só conhecia condenada pela quaresma e pelos monopolistas do bacalhau, a pobre carne do beef, era inimiga da alma.”

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É isso!

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