12 de nov. de 2012

A origem dos “Signos do Zodíaco”



AQUÁRIO (Junonis astrum, Deucalião, Aristeu, Ganymedes. puer Iliacus, jovis cynoedus (favorito de Júpiter), Cecrops, Fusor Aquce, Amphora, Urna, Aquce Tyrannus) - Vários atores pensavam que este nome derivava da estação das copiosas chuvas na Europa à entrada do inverno. Os poetas pretenderam que era Deucalião, o reparador e pai do gênero humano, que os homens deificaram. Alguns querem que seja Cecrops, o qual, indo do Egito à Grécia, edificou Atenas e teve o cognome de Biformis. Outros disseram que era Ganimedes, mancebo de extrema beleza, que Júpiter fez arrebatar por uma águia, a fim de servir o néctar à mesa dos deuses, quando Hebe foi despedida dessas funções. O Aquário, isto é, a imagem de um homem segurando um cântaro, encontra-se em diversos lugares sobre os monumentos egípcios. Plutarco conta que no mês tiby, ia-se de todos os pontos em cerimônia buscar água ao mar, para conserva-la religiosamente, exclamando-se com entusiasmo que se tinha achado Osíris. O mês tiby corresponde ao nosso mês de janeiro, e é aquele em que o Sol se encontra no signo do Aquário. É, portanto, muito provável que esta festa tivesse a mesma origem na religião egípcia que o próprio nome do Aquário, o qual lhe é tão análogo.

PEIXES (Pisces, Dü Syri, Proles dercia, Dione Veneris mater, Venus Syria cum Cupidine, Venus cum Adone) - Os poetas dizem que tendo Vênus encontrado Typhon às margens do Eufrates, por medo se precipitou em peixes. Daí provinha a veneração que, na Síria, se tributava aos peixes. Dercis e Atergatis eram duas deusas que muitos têm confundido com Vênus. Os peixes encontram-se num antigo obelisco egípcio descrito por Pococke. O signo dos Peixes foi, entre os gregos, consagrado a Vênus, como no Egito o era a Nephtis, deusa do mar. Os egípcios aborreciam os peixes e tudo que provinha do mar, inclusive Nephtis, mulher de Typhon, que era o monstro da natureza, a quem os egípcios davam o império do mar. Além disso, o tempo do ano em que o sol está no signo dos Peixes era o do crescimento de muitas plantas venenosas, que se atribuíam a Nephtis, como os outros flagelos da natureza. Finalmente, pode-se acrescentar que o signo dos Peixes é o ultimo signo, ou o fim do Zodíaco, assim como o mar Mediterrâneo era o termo do Egito.

ÁRIES  ou CARNEIRO (Princeps Zodiacci, dux gregis, Vernex, vernus Portitor, Ovis Aurea, Chrysomallus (tosão de ouro), Júpiter Ammon, Jovis sidus, Minerva sidus, Aries). - Ovídio, nos seus Fastos, dá-lhe o nome de Ovelha de Helle. Segundo a maior parte dos autores, o “carneiro celeste” é aquele cujo velo ocasionou a viagem dos Argonautas. Alguns pretendem, que era o nome ou o pavilhão do navio em que Frixo e sua irmã Hele fugiram, para evitarem o ser sacrificados por seu  pai Athamas. Sob o nome de Carneiro, também há quem queira ver o alo de Frixo, filho de Athamas, o qual foi tão celebre pelo seu saber, que os habitantes da Colchida não podiam resolver-se a perde-lo, indo os gregos, em grande força, liberta-lo desse exílio. Outros, como Suidas, entenderam sob o nome de tosão de ouro, um livro em pergaminho, que ensinava a pedra filosofal; segundo Plutarco uma mina de ouro; segundo Justino as palhetas de ouro que se extraiam dos rios por meio de peles de carneiro, ou os tesouros que Frixo  tinha levado para a Colchida. O Carneiro achava-se incontestavelmente no zodíaco egípcio; o  Carneiro era consagrado a Jupiter Ammon; Ammon presidia ao equinócio da primavera, o qual caía no signo de Áries. Era antigamente representado com uma cabeça de carneiro: daí se explicam todas as fábulas que se espalharam entre os egípcios, os gregos e os árabes, sobre o Carneiro ou sobre Jupiter Ammon.

TOURO  (Portitor Europae, Princeps Armenti, bibulum caput (cabeça de boi), Io, Inachis (filho de Inácio), Isis, Chironis filia, Osiris, Veneris sidus) - Segundo os gregos, é o touro de que Júpiter se transformou para raptar Europa, filha de Agenor, rei dos fenícios. Explica-se, também, esta fábula dizendo que o touro era a insígnia ou o nome de um navio no qual Europa foi raptada por mercadores de Creta. Ainda se disse que era a vaca, da qual Io tinha se transformado; e explicou-se esta fábula, dizendo que Io ou Ísis tinha ensinado a agricultura aos egípcios, sendo deificada por eles, como prova de reconhecimento, sob a figura de uma vaca, símbolo da agricultura. As Pleiades são estrelas situadas no pescoço do Touro; os antigos as colocavam na cauda do Touro, sendo o seu nome oriundo do grego pleio (navego), porque na primavera e próximo da época do seu nascimento helíaco, se começavam as grandes navegações. Os poetas dizem que elas eram filhas de Hesperis e de Atlas, e por isso se chamavam Hesperides ou Atlantidas. Como Júpiter as tivesse amado, colocou-as no céu. Foi por motivo do seu ocaso cósmico se efetuar cerca do equinócio da primavera, que se lhes chamou Virgiliae. As Hyades, que os latinos chamavam Seculae, são uma outra reunião de estrelas colocadas na fronte do Touro. O Touro servia para representar o deus Ápis, pois se vê no livro de Luciano, sobre a Astrologia, que o Touro Ápis era no Egito um animal sagrado, e que pronunciava oráculos. Desde esse tempo, que esta constelação desempenha o primeiro papel nas mitologias antigas, sobretudo pela sua estrela Aldebaran, que os árabes chamavam o olho do Touro, e os hebreus o olho de Deus. O Touro é, com efeito, o signo mais antigo do Zodíaco, o primeiro que a precessão dos equinócios colocou à frente dos signos. Nenhuma tradição histórica, nenhuma lenda mesmo associa a constelação do Carneiro ou a dos Gêmeos à renovação do ano, ao retorno da primavera, ao calendário primitivo. A astronomia de observação parece ter sido fundada na época em que o equinócio da primavera passava por Aldebaran, isto é, proximamente três mil anos antes da nossa Era. Foi por essa época, que as constelações dos zodíacos, sem dúvida formadas em datas diversas, como todas as outra, segundo o seu brilho e a sua importância, parecem ter sido reunidas em uma mesma cintura de doze signos percorridos de mês em mês pelo Sol.

GÊMEOS - Tinham diferentes nomes nos autores antigos: eram Apolo e Hércules, Triptolemo e Jasão, Amfião e Zeto, Castor e Polux, Teseu e Pintoo. Ao que parece, a idéia foi colocar no céu o símbolo da amizade. Os Gêmeos correspondem, também, a duas divindades que no Egito não se separavam : Horo e Harpocrates. Os nomes de Castor e Polux prevaleceram. A estes dois irmãos foi reservado o nome de Dióscuros que, literalmente, quer dizer filhos de Júpiter.  Segundo Homero, eram filhos de Leda, a da aventura do cisne ou de Tindara não menos formosa, porém de certo mais modesta, ou menos original nos seus gostos, porque a sua fama não passou à posteridade. O culto dos Dióscuros generalizou-se por toda a Grécia e Itália. Castor e Polux eram os deuses tutelares da hospitalidade. Acreditava-se, também, que tinham o poder de apaziguar as tempestades e que apareciam sob a figura de ligeiras chamas nas pontas dos mastros e nas vergas dos navios. Era o fenômeno elétrico conhecido sob o nome de Santelmo. Os dois gêmeos, Castor e Polux, ainda hoje se vêem esculpidos nos pórticos de um grande numero de catedrais.

CÂNCER ou CARANGUEJO  (em latim) - Chamado, também, Cammaro, que, em grego, significa Cancer marinus, e ainda Karkinos, que tem a mesma significação. Segundo os poetas, o Caranguejo  foi colocado no céu por Júpiter, em recompensa dele o haver ajudado nos seus amores, detendo pela sua mordedura a fuga de uma ninfa, filha de Garamanto. Ampélio diz que o caranguejo foi colocado no céu por Juno, depois  de ter sido esmagado por Hercules, por incomodá-lo no combate contra a hidra de Lerna; sabe-se que Juno, sempre inimiga de Hércules, perseguiu por toda a parte este herói, suscitando obstáculos a todas as suas aventuras. O Caranguejo que, entre os romanos, era consagrado a Mercúrio, entre os egípcios era Anúbis, como se vê em muitos monumentos antigos. No quarto século antes da nossa Era, Eudóxio, e depois Arato e Eratóstenes, falam do Caranguejo e do seu Presépio, fazendo já então os astrólogos grande caso deste signo do zodíaco e da sua vizinhança: as estrelas do Leão. A filosofia caldáica e platônica assegurava mesmo que era por esta porta obscura que as almas desciam do céu para virem encarnar-se nos embriões humanos. O presépio é um aglomerado de estrelas que tem esse nome, aparentemente cristão, desde uma época  muitíssimo anterior ao cristianismo. Os ingleses chamam-lhe: Bee-hive: cortiço de abelhas.

LEÃO - Os poetas dizem que é o Leão de Neméa, domado por Hércules, e colocado no céu pela vontade de Juno. Manílio chama a esta constelação Jovis e Junonis sidus; outros chamam-lhe Bacchi sidus. Na Idade Média, os cabalistas viam, nela, o Leão da Tribo de Judá, e alguns teólogos cristãos um dos leões da cova de Daniel. Na astrologia, atribuía-lhe grande influencia, e os que nasciam no seu signo eram destinados ás honras e á riqueza. A sua estrela mais brilhante, Régulo, conhecida, há muitos séculos, pelo nome de o coração do Leão, era  chamada, pelos gregos, Basilicos, porque, diz Gemínio, aqueles a cujo nascimento ela presidia diretamente passavam por ser de ascendência régia. Basilicos significa: pequeno rei, e foi por isso que Copérnico traduziu esse nome pelo de Régulo, com que hoje a estreita é conhecida. O Leão pertencia ao Sol ou a Osíris, sem duvida por causa da grande face que o Sol apresenta quando está neste signo. Horapólio assegura que o Leão, entre os Egípcios, significava o tempo em que a inundação do Nilo é mais intensa; por isso as comportas que serviam para formar os canais do Nilo, eram ornadas de cabeças de leão, segundo Plutarco, e isso vê-se ainda em antigos monumentos publicados na Coleção de antiguidades, do conde de Caylus. O Leão é uma das constelações que tem desempenharam maior papel nos fastos da astronomia,  da navegação, e mesmo nos da religião e da historia. Régulo, sobretudo aliado a Júpiter, regia, como dissemos, os altos destinos dos humanos; mas era implacável para as condições inferiores. Sobre essa estrela regulava-se, nos antigos séculos, o calendário primordial dos veneráveis astrônomos da Caldéia e da Babilônia; era essa estrela que os vigias de noite, na torre de Babel, com a clepsidra em punho, observavam, para determinarem os equinócios e os solstícios; foi desse astro que Timocharis e Aristilo mediram cuidadosamente a longitude, e foi essa longitude e à da Espiga da Virgem, que fizeram descobrir ao astrônomo alexandrino Hiparco o movimento secular da precessão dos equinócios. Denébola, outra estrela da mesma constelação, passava por ter a virtude e o poder de afastar a influencia do Leão nos grandes calores e de fazer mudar o tempo quando a lua cheia se lhe aproximava.

VIRGEM - É também chamada: Ceres, deusa das colheitas, Ísis  Erigone, Atergatis ou a Fortuna, Diana de Éfeso, Minerva, Concórdia, Ástrea  Têmis, deusa da justiça; a Sibila de Virgílio que, com um ramo na mão, desce aos infernos ou para baixo do hemisfério. Os antigos autores não estão de acordo sobre a origem do nome desta constelação. Arato, Hiparco, Ptolomeu chamavam-lhe Partenos, a Virgem. De resto, como Ceres era considerada a deusa das ceifas, da justiça e das leis, nada obsta a que consideremos como tendo sido aquela que os primeiros astrônomos gregos pretenderam deificar. A Virgem é consagrada a Ísis. A esfinge composta de um leão e de uma virgem, empregava-se para designar a inundação do Nilo. Posteriormente, colocaram na mão da Virgem uma espiga, ou um feixe de espigas, para exprimir as ceifas; talvez por os Orientais chamarem ao signo da Virgem, Sunbuleh ou Schibbolet, isso é, espiga. A circunstância bastante curiosa de que outrora, no solstício do inverno, cerca de 25 de dezembro, a Virgem dava nascimento ao regresso do Sol  Salvador, e a de que, quando nasce é precedida no meio do céu pelo Presépio, adiante do qual avançam, do oriente para ocidente, a bela estrela do precursor, Procion, e os Três Reis Magos, enquanto que abaixo dela jaz a Serpente da Hidra; estas aproximações dizemos, levaram certos estudiosos a supor que a Virgem Maria nunca existiu, nem Jesus, imagem do Sol, e que não havia na sua historia senão um mito astronômico oriental. Pelo mesmo processo se demonstrou já que Napoleão nunca existiu, e que ele não é, também, senão uma imagem simbólica do astro do dia. Com efeito. o seu nome significa novo Sol, novo Apolo: Né-apolio, como ainda hoje se vê gravado no soco da coluna Vendôme, em Paris. Nasceu para as bandas do Oriente (com respeito á França e aos países ocidentais desta) em uma ilha, no seio das ondas, e sua mãe, Letícia, não é outra senão a alegria (Ioetitia) do nascer do Sol. Extinguiu-se, como este, no mar ocidental, levado pelos homens do norte para os antípodas; tinha doze companheiros de guerra, doze marechais, como Jesus teve doze apóstolos e são doze os meses do ano.



LIBRA ou BALANÇA - A Balança é chamada jugum em Cícero, e Mochos em Ampélio; em Virgílio: as garras do escorpião. Esta balança indica, segundo alguns autores, o equilíbrio da natureza, a igualdade dos dias e das noites, a temperatura do outono. Tal explicação, porém, é errônea. A Balança já existia no Zodíaco antes da época em que ela marcava o equinócio do outono. O seu nome é devido às suas duas principais estrelas, que são de igual grandeza, bastante afastadas uma da outra, e dando muito simplesmente a idéia de dois pratos de balança. Houve quem refutasse esta idéia, pretendendo que os antigos não conheciam a balança de dois pratos, e que os romanos, principalmente, se serviam do instrumento a que nós chamamos balança romana. É mais um erro: a balança, chamada romana, não provém dos romanos, mas sim dos árabes: o seu nome deriva da palavra árabe rommana:  peso; e a mais antiga balança, a mais natural é a balança de dois pratos. Os antigos acrescentavam-lhe a figura de um homem, talvez de Mochos, inventor dos pesos e das balanças; outros colocavam esta balança na mão da Virgem. Virgílio, nas Geórgicas, escreveu que era a justiça de Augusto consagrada pelo nome de uma nova constelação; mas isso provém, talvez, unicamente de cair o nascimento de Augusto no começo do signo da Balança, como observa Scaligero. E o próprio Virgílio era, nesse ponto, intencionalmente lisonjeiro, pois em outro lugar do mesmo poema reconhece à Balança diversa origem. A Balança e o Escorpião eram compreendidos ambos sob o nome deste último. Este animal, consagrado a Marte entre os romanos, pertencia, entre os egípcios, a Tifão, como todos os animais perigosos. Plutarco diz positivamente que os egípcios tinham colocado o império de Tifão, no signo do Escorpião.

ESCORPIÃO - O Escorpião é chamado em Cícero, Nepa; em Manílio, Martis sidus ; em Arato, Fera magna, porque ocupava dois signos inteiros.  Os poetas dizem ter sido o Escorpião que, por ordem de Diana, mordeu vivamente no calcanhar o altivo Orion, que se vangloriava de poder desafiar os mais ferozes animais, e que até mesmo, no dizer de alguns, havia empreendido violar Diana. Era talvez destinado a indicar as doenças perigosas que reinam algumas vezes, no outono. O aspecto deste animal temeroso foi causa, diz Ovídio, do terror e da perda de Faetonte, quando ele tentou conduzir no espaço o carro chamejante do sol. O Escorpião, assinalado pela bela estrela vermelha Antares, estende-se abaixo da constelação de Ofíuco, ao sul do equador, e mesmo ao sul da eclíptica, afastando-se para mais de 120 graus do pólo norte. O nome de Antares significa, em grego, rival de Marte, o que proa que nesses remotos tempos da primitiva civilização helênica, a coloração rubra e ardente deste sol remoto assemelhava-se, tal qual como agora, á do planeta designado pelo nome do deus da guerra. Antares define o coração do Escorpião. A primitiva constelação deste nome estendia-se até á Virgem, e compreendia, como dissemos, as estrelas da Balança. Ainda assim sucedia no tempo de Eratóstenes, o qual deixou uma descrição dela no seu livro dos Catasterismos. Manéton foi o primeiro que nos disse terem os sacerdotes mudado as garras do Escorpião em pratos da Balança, fazendo assim duas constelações da que primitivamente era uma só.

SAGITÁRIO - É chamado, algumas vezes, Centauro, Tauro, Quiiron, Filirides (filho de Filira), Semivir, Arco, Paretra, Eques, Minotauro, Croton. Crê-se que foi o centauro Quiron, filho de Saturno e de Filira, o primeiro que ensinou aos homens a arte de montar a cavalo; primava na sabedoria e no conhecimento dos astros; foi o preceptor de Aquiles, de Jasão, de Esculápio; foi morto por uma seta embebida no sangue da hidra de Lerna, e colocado no céu, bem como a seta que o matou. Ovídio fala dele, no mesmo sentido, por ocasião do nascimento do Centauro, que ele refere a 3 de maio ou a 5 das nonas. Outros, contudo,   entenderam que se devia referir a Quiron a constelação do Centauro, mas que a do Sagitário vinha a ser o Minotauro de quem Pasifai se enamorou. Luciano parece indicar que foi o amor da astronomia e o estado das constelações celestes, sobretudo da constelação do Touro, que deu lugar à fábula sobre a paixão de Pasifai. Querem alguns que seja Croton que, tendo sido criado no monte Hélicon  em companhia das musas, veio a ser excelente -poeta e grande caçador: estava incessantemente a cavalo; foi considerado, como sendo por assim dizer semi-homem e semi-cavalo: foi transportado ao céu por Júpiter, a pedido das Musas. O Sagitário estava colocado no céu como sendo uma imagem de Hércules, o qual era tido entre os egípcios na mais alta veneração. Os egípcios reuniam muitas vezes os corpos humanos com os dos animais, e não admira que tenham dado a este herói uma porção de cavalo que, para eles, era o símbolo da guerra.


CAPRICÓRNIO - Chama-se também a cabra Amalteia  o Bode, o signo do inverno, e a porta do sol, porque se consideravam os dois trópicos como as duas portas do céu; por uma, subia o Sol para as regiões superiores; pela outra, descia ele para a região mais baixa do céu. Os poetas dizem que esta constelação representa a cabra Amalteia  cujo leite serviu ás ninfas que tomaram cuidado de Júpiter no monte Ida, e que Júpiter, reconhecido, colocou, em seguida, entre os astros. Outros explicam a fôrma extravagante do Capricórnio, que é a metade cabra e metade peixe, por meio de uma outra fábula: estando os deuses á mesa, em um lugar do Egito, Tifão, o mais terrível dos gigantes, apareceu subitamente e causou tão grande temor, que todos os deuses procuraram a sua segurança na fuga, e tomaram diversas formas: Pan, o deus dos caçadores, dos pastores e de toda a natureza, mergulhou-se no Nilo até meio corpo, tomando a fôrma de peixe na parte posterior e a de cabra na parte anterior; e Júpiter quis conservar a memória deste acontecimento, colocando no céu esse animal monstruoso. Estas origens são tão  absurdas, que apenas por curiosidades merecem ser referidas. O Capricórnio era consagrado a Pan ou a Mendes, divindade dos egípcios, cujo símbolo era um bode, e que eles respeitavam até mesmo neste animal, no qual não ousavam tocar; sustentava-se esse bode num templo e tributava-lhe culto religioso.



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É isso!


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Referência Bibliográfica
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Almanach de “Pelo Mundo”, 1º anno, 1923. Empreza de Publicações Modernas. Rio de Janeiro, 1923.

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