8 de abr. de 2023

A origem da "SUPERSTIÇÃO"

A ORIGEM DA SUPERSTIÇÃO

A palavra superstição provém do verbo arcaico latino superstitare, que significa: elevar-se, conservar-se acima.  O grande orador romano Cícero, no seu livro "De Natura Deorum" (Da Natureza dos Deuses), salienta que tal termo se deriva se superstes, que quer dizer sobrevivente, o que está por sobre algo, no sentido de que quando falta explicação para um fato, procura-se um elemento de instância superior. Seria talvez por isto que a palavra superstitiosus significava primitivamente: vidente, profeta. O Dicionário Houaiss define o termo como: "crença ou noção sem base na razão ou no conhecimento, que leva a criar falsas obrigações, a temer coisas inócuas, a depositar confiança em coisas absurdas, sem nenhuma relação racional entre os fatos e as supostas causas a eles associadas". Em seu artigo "Superstições e crendices", Lucas Alexandre Boiteux nos brinda com vários casos superstições populares, muitas das quais ainda hoje é observada por grande número de pessoas no Brasil. Vejamos:

A criança brincar com a própria sombra (moléstia);

A criança brincar com pente (defeca na cama);

A mãe assistir ao batizado do filho (infelicidade);

Andar de costas (Nossa Senhora chora, azar);

Apanhar de rabo de arraia (entisica);

As crianças brincarem de batalha (guerra próxima);

Beber água no escuro (o diabo entra na gente);

Benzer-se à primeira badalada do sino (é a badalada do diabo);

Chamar pelo diabo em frente ao espelho (ele aparece);

Colocar a toalha na mesa do avesso (comida não satisfaz);

Colocar dinheiro sobre a toalha da mesa (desgraça);

Comer coração de galinha (fica-se medroso);

Conservar três luzes acessas no mesmo compartimento (desgraça);

Construir casa em chão em que outra existiu (infelicidade);

Contar as estrelas (nascem verrugas);

Criança não chorar ao ser batizada (não se cria);

Cuspir no fogo (entisica)

Dar à criança o nome do pai (não passa dos 7 anos);

Dar dinheiro pela janela (pobreza);

Dar fogo a três pessoas na mesma ocasião (infelicidade);

Dar nós nas tranças (morte próxima);

Deixar os chinelos virados (vira-se o juízo, morte);

Derramar sal, azeite ou tinta (moléstia ou infelicidade);

Desprender-se um quadro da parede (morte de parente);

Dormir com as mãos cruzadas nas ancas (infelicidade);

Dormir com os pés voltados para a rua (morte);

Entrar em casa qualquer cão desconhecido (moléstia);

Estar à mesa e deixar cair a comida (parente com fome);

 Falar sozinho (o diabo mete-se na conversa);

Galo cantar fora de horas (moça fugida);

Guardar a roupa de uso do avesso (juízo virado);

Limpar a casa de negócio das teias de aranha (maus negócios);

Manter malas e baús abertos (cava-se a sepultura);

Moça comer a crosta do pão (não casará);

Moça limpar as mãos na barra do vestido (acaba sendo falada);

Mulher casada comer oveiro de galinha (prolífera);

Negar água e fogo (atrasos de vida);

O rato roer o umbigo da criança (vira ladrão);

Passar a ferro as meias (fica-e tuberculoso);

Roupa de criança exposta ao luar (dor de barriga);

Sacudir a toalha da mesa na rua (atraso);

Saltar à rua pela janela (quem o faz acaba ladrão);

Senhora casada comer frutos inconhos (gera gêmeos);

Sonhar com dentes caídos (morte de parente);

Sonhar com uvas brancas (lágrimas);

Ter búzios e caramujos em casa (moléstias);

Ter quadros ou modelos de navio  em casa (atraso);

Torcer as roupas das crianças de peito (dá dor de barriga);

Usar fósforos de cera (infelicidade);

Vaca berrar depois do sol posto (morte);

Varrer a casa à noite  (doença);

Varrer a casa de dentro para fora (pobreza);

Ventar forte no dia do casamento (marido mau);

Vestir ou usar roupas do avesso (é mal falado);

Virar as cadeiras (atraso para a casa).

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