19 de nov. de 2012

O que há de comum entre o "Ano", o "Anus" e o “Anel”



A palavra anel, do latim anellus: anelzinho, está - etimologicamente - relacionada às palavras anus e ano, remetendo todas ao conceito de círculo.  Trata-se de uma fita circular ou aro de metal, madeira, tecido, plástico, borracha, papel ou outro material etc., guarnecido ou não de enfeites, que se traz no dedo como adorno ou por distinção de dignidade, profissão, estado civil, compromisso afetivo etc. Dizem que Scauro foi o primeiro que trouxe anéis em Roma. Os escravos traziam-nos de ferro;  os livres, de prata; os nobres e senadores, de ouro. O anel de casamento (aliança) é símbolo de fidelidade, usado na mão esquerda, do “lado do coração”. O anel do bispo é para demonstrar a igreja como sua esposa. Os doutores e professores usavam-nos antigamente como distintivo de suas profissões. Aristóteles trazia sempre os dedos carregados de anéis. Os romanos tiravam-nos dos dedos durante os banquetes, pondo-os ao redor dos copos em que bebiam. Exemplos da nossa Literatura: de Guimarães Rosa, em “Grande Sertão: Veredas”: “E eu desconversei, observando casual, primeiro a respeito do luxo de tantos anéis que João Goanhá gostava de botar em cheios dedos; e depois chamei atenção para as goteiras abertas na telha-vã daquele grande cômodo, que se carecia de dispor umas latas em diversos pontos e até uma gamela, no meio da mesa, fim de se aparar águas da chuva”; de Eça de Queiroz, em “A Relíquia”: “A Titi estava sentada no meio do canapé, vestida de seda preta, toucada de rendas pretas, com os dedos resplandecentes de anéis”; de Aluísio de Azevedo, em “O Mulato”: “As pretas-minas cativas, ou forras surgem com os seus ouros as suas ricas telhas de tartaruga as suas ricas toalhas de rendas, suas belas saias de veludo. suas chinelas de polimento seus anéis em todos os dedos aos dois e aos três em cada um...”; de Manuel Antônio de Almeida, em “Memórias de um Sargento de Milícias”: “Trazia ainda D. Maria um penteado de desmedida altura, um formidável par de rodelas de crisólitas nas orelhas, e dez ou doze anéis de diversos tamanhos e feitios nos dedos.”

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É isso!

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