19 de nov. de 2012

O que é “Sortilégio”



O sortilégio é o  malefício de feiticeiro, ou como define o Michaelis: "sedução exercida por dotes naturais ou por artifícios diabólicos". O termo vem do latim sortilegium: adivinhação. Em seu “Diccionario das Linguas Portugueza e Franceza”, de 1748, o padre Joseph Marque define o termo com as seguintes palavras: “É um secreto recurso ao demônio, para por a sorte a seu favor”. Durante a Idade Média era comum acusarem-se pessoas de práticas de sortilégios. Gilies de Rais, no século XV, foi um dos que foram acusados de ser herege, relapso, dado a sortilégios, sodomita, invocador de espíritos malvado, adivinhador, assassino de inocentes, apóstata da fé, idólatra e desviado da fé, sendo condenado após ser obrigado a confessar seus “crimes”. Outro que foi sentenciado por supostas práticas de sortilégios, sendo levado à morte pelo cadafalso, foi Enguerrand de Harigny, em abril de 1315. A palavra sortilégio  tem ainda o sentido de  sedução, encanto, maquinação, combinação etc. Exemplos: de Domingos Olimpio, em “Luiza Homem”: “Procurara, conto dissera, Rosa Veado para rezar o respônsio; esta, porém, exigira dinheiro para comprar duas velas para o santo, luz sagrada, indispensável para o êxito do sortilégio, circunstância que ela não revelou a Luzia, por querer que o descobrimento do criminoso fosse devido, exclusivamente, à sua iniciativa!”; de João do Rio, em “A Alma encantadora das ruas”: “Elas olham sérias, o peito a arfar. Olham muito tempo e, ali, naquele trecho de rua civilizada, as pedras preciosas operam, nas sedas dos escrínios, os sortilégios cruéis dos antigos ocultistas”; de Júlio Ribeiro, em “A Carne”: “Para provar com fatos o seu poder, para demonstrar a eficácia dos seus sortilégios, chamou a preta magra, a primeira que viera. Acudiu ela, aproximando-se ligeira, muito contente”; de Manuel Antônio de Almeida, em “Memórias de um Sargento de Milícias”: “Entregou-se portanto em corpo e alma ao caboclo da casa do mangue, o mais afamado de todos os do ofício. Tinha-se já sujeitado a uma infinidade de provas, que começavam sempre por uma contribuição pecuniária, e ainda nada havia conseguido; tinha sofrido fumigações de ervas sufocantes, tragado beberagens de mui enjoativo sabor; sabia de cor milhares de orações misteriosas, que era obrigado a repetir muitas vezes por dia; ia depositar quase todas as noites em lugares determinados quantias e objetos com o fim de chamar em auxílio, dizia o caboclo, as suas divindades; e apesar de tudo a cigana resistia ao sortilégio.”

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É isso!

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