25 de nov. de 2012

O outro sentido de “Entusiasta”



A palavra entusiasta vem do grego  enthousiastés, formado a partir do radical enthousiastikós: cheio de entusiasmo, inspirado. Denota, hoje, o que se entusiasma ou que se dedica vivamente por algo ou alguém de maneira intensa e exaltada. Antigamente, entusiasta era o nome dado um grupo sectário, também chamados masalianos e euquitas. Segundo Teodoreto, que cunhou o nome, foram chamados entusiastas porque, “estando agitados pelo demônio”, acreditavam estarem inspirados. Outros que também foram denominados entusiastas são os anabatistas e os cuakeros (ou templadores), os quais se diziam cheios da inspiração divina e que defendiam que as Escrituras deveriam ser explicadas à luz desta inspiração.  Com o sentido que lhe atribuímos, temos vários exemplos na nossa Literatura: de Coelho Neto, em “A Conquista”: “Quando deixaram o escritório da Cidade do Rio, lentos, curvados como enfermos, ainda erravam entusiastas e alguns tão desequilibrados que começavam um viva numa calçada e iam terminá-lo na outra.”; Machado de Assis, em “Várias Histórias”: “No que eles estavam todos de acordo é que ela era extraordinariamente bela; aí foram entusiastas e sinceros”; de Euclides da Cunha, em “Os Sertões”: “À parte os raros contingentes de povoadores pernambucanos e baianos, a maioria dos criadores opulentos, que ali se formaram, vinha do Sul, constituída pela mesma gente entusiasta e enérgica das bandeiras”; Lima Barreto, em “Numa e a Ninfa”: “Havia ali de toda a gente; pobres homens desempregados, que vinham até ali ganhar uma espórtula; vagabundos notáveis, entusiastas ingênuos, curiosos e agradecidos; todas as cores.”

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É isso!

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