O primeiro nome que os portugueses deram a esta vila foi Scalabis; o segundo foi Julium
Proesidium, em homenagem a Júlio César; e o terceiro é aquele que se
conserva até os dias hoje, Santarém,
que nasceu do seguinte episódio. Na
cidade de Tomar vivia um ilustre cavalheiro por nome Ermígio, casado com
Eugênia, nobre dama com quem teve uma filha,
a formosa Irene ou Iria, que desde sua juventude encarcerou-se num convento
junto ao Rio Nabão. Um homem por nome Britaldo enamorou-se de Irene com o pleno
apoio do monge Remígio. O romance foi descoberto e denunciado, sendo a jovem
morta e seu corpo lançado no rio, que ficava defronte de Scalabis, onde se formou um misterioso túmulo para receber a
defunta. Logo o mistério se espalhou e o túmulo, que era inviolável,
transformou-se em local de peregrinação, e Irene foi proclamada santa e mártir.
A vila de Scalabis teve então seu
nome mudado para Santa Irene, que, por corrupção linguística, passou a Santarém. Almeida Garret, em “Viagens
na Minha Terra”, confirma essa etimologia: “A milagrosa Santa Iria — Santa Irene — que deu o seu nome a Santarém,
donzela nobre, natural da antiga Nabância, e freira no convento duplex
beneditino que pastoreava o santo abade Célio, floresceu pelos meados do sétimo
século, Namorou-se dela extremosamente o jovem Britaldo, filho do conde ou
cônsul Castinaldo que governava aquelas terras, e não podendo conseguir nada de
sua virtude, caiu enfermo de moléstia que nenhum físico acertava a conhecer,
quanto.”
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É isso!
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