6 de abr. de 2010

Religião, Seita e Heresia


RELIGIÃO - Segundo a Nova Enciclopédia Internacional de Webster, religião é a crença e culto praticados por um grupo social, no qual uma força sobrenatural é objeto de reverência e devoção, tendo em comum as seguintes características: o reconhecimento de uma força sobrenatural, a mediação sacerdotal, o uso do ritual para estabelecer uma relação com o sagrado, e um senso comunitário. De um modo geral, os dicionaristas definem a religião como um conjunto de práticas e princípios que governam as relações entre o homem e a divindade. Dessa forma, levando em conta apenas os aspectos meramente lingüísticos, pode-se afirmar que os evangélicos também fazem parte de uma religião, ou seja, a religião cristã.

SEITA - Em relação à palavra seita, o dicionário Lello Universal afirma que é a reunião de pessoas que professam a mesma doutrina, mas que é diversa da geralmente seguida. Etimologicamente, tal palavra vem do latim secta, que significa linha de conduta, princípios, maneiras de viver, escolha filosófica etc. Diz-se, especificamente em teologia, daqueles que se separaram de uma comunhão principal. Foi por isso que os judeus tachavam o cristianismo de seita, uma vez que os cristãos desligaram-se do judaísmo, que era a religião “principal” da época: “Mas confesso-te isto: que, conforme aquele caminho que chamam seita, assim sirvo ao Deus de nossos pais, crendo tudo quanto está escrito na lei e nos profetas” (At. 24:14).

HERESIA - Já a palavra heresia é de origem grega (haíresis) que quer dizer ato de tomar, escolha, gosto particular etc. No latim haeresis significa opinião, sistema, doutrina. Nos dicionários, heresia é definida como uma doutrina contrária aos dogmas de uma igreja ou religião. Teologicamente, indica um erro voluntário e persistente, oposto a uma doutrina biblicamente estabelecida.
Convém lembrar que a existência da Inquisição esteve diretamente relacionada à figura do herege e da heresia. Todos os esforços empreendidos pela Igreja Católica mediante o Tribunal Inquisitorial, não tinha outro objetivo senão o aniquilamento da heresia e a eliminação do herege. Mas, quem a Igreja considerava um herege? Veja a definição do Manual dos Inquisidores, que foi escrito naquele período: “Conclui-se que herege é quem se apega intransigentemente ao erro, pertinácia essa cuja expressão é a recusa de abjurar”. O “erro”, segundo os inquisidores, podia ser sintetizado num único ponto: discordância ou contestação das “verdades” estabelecidas pela Igreja. Desse modo, os excomungados, os que se opunham aos dogmas da religião dominante, os que cometiam “erros” na interpretação dos livros canônicos, os que tinham opiniões divergentes às da igreja, os que não aceitavam suas doutrinas e sacramentos, eram igualmente chamados de hereges, os quais - invariavelmente - eram condenados às penas estabelecidas pela Inquisição, dentre as quais, a fogueira.

---É isso!
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Consulta bibliográfica:
Eymerich, Nicolau. Manual dos Inquisidores. Tradução: Maria José da Silva. Editora Rosa dos Tempos, 1993.

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